Instabilidade Tributária Gera Incertezas e Impacta Confiança no Ambiente de Negócios

Governo recua de aumento no IOF e edita nova MP com foco em tributar apostas, bancos e investimentos

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Foto: Reprodução/ Freepik

A recente tentativa do governo federal de aumentar a arrecadação por meio de mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e outras medidas tributárias gerou reação negativa do mercado e aprofundou a percepção de insegurança jurídica no Brasil.

A falta de clareza e previsibilidade nas regras fiscais tem provocado paralisia em contratos e operações, afetando diretamente o ambiente de negócios e a confiança de investidores.

Em maio, o governo anunciou o aumento do IOF sobre operações de crédito, com o objetivo de arrecadar R$ 60 bilhões até 2026. A medida, no entanto, foi duramente criticada por instituições financeiras, cooperativas de crédito e representantes do setor empresarial, que apontaram falhas técnicas no decreto, ausência de diálogo prévio e insegurança jurídica. Diante da reação, o governo recuou e iniciou a reformulação do plano.

Impactos da Indefinição

Durante esse período de indefinição, diversas operações foram suspensas, contratos ficaram em compasso de espera e a incerteza regulatória aumentou. O resultado foi uma desaceleração da atividade econômica e a frustração da meta de arrecadação, que caiu para apenas R$ 18 bilhões.

Nova Medida Provisória Eleva Tributos

Como alternativa, o Executivo editou, na noite de quarta-feira (11), uma nova medida provisória que eleva tributos em outras áreas. A MP, que entrou em vigor imediatamente, atinge setores diversos, como apostas esportivas, instituições financeiras, investidores e aplicações antes isentas de imposto de renda. Entre os principais pontos estão:

Previsibilidade Continua em Risco

De acordo com estimativas da Warren Investimentos, a nova MP poderá gerar até R$ 44 bilhões em receitas adicionais em 2026. No entanto, a proposta ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. Segundo o presidente da Câmara, Hugo Motta, não há compromisso assumido para garantir a tramitação e aprovação da medida.

Especialistas Alertam para Efeitos Colaterais

A sucessão de anúncios e recuos tem alimentado a percepção de instabilidade regulatória no país. Especialistas alertam que, sem previsibilidade e planejamento de longo prazo, a confiança dos agentes econômicos é comprometida, o que tende a desestimular investimentos e retardar o crescimento econômico.

A busca por soluções fiscais de curto prazo, segundo analistas, tem se mostrado ineficaz para resolver o desequilíbrio das contas públicas. Medidas pontuais, embora possam gerar alívio temporário na arrecadação, costumam trazer efeitos colaterais relevantes, como aumento do custo do crédito, elevação de preços e retração da atividade empresarial.

Estabilidade como Caminho para o Crescimento

A instabilidade tributária, afirmam economistas, tem um custo elevado: desacelera a economia, enfraquece a arrecadação e obriga o governo a recorrer continuamente a ajustes improvisados.

Para que o país possa retomar um caminho sustentável de crescimento, defendem especialistas, é necessário um compromisso firme com regras claras, estáveis e coerentes.

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