O dólar registrou uma forte alta enquanto os ativos de risco enfrentaram uma nova rodada de estresse, com os mercados reagindo à crescente aversão ao risco global, alimentada pela intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
As novas retaliações comerciais, como a imposição de tarifas adicionais pela China sobre as importações americanas, aumentaram as tensões no cenário econômico mundial, sugerindo um possível cenário de desaceleração e até recessão nos Estados Unidos, o que poderia impactar negativamente o ambiente global.
Impacto nas Commodities e no Brasil
As commodities são um dos setores que devem ser fortemente afetados caso a desaceleração global se concretize, dado que uma redução na atividade econômica afetaria a demanda por essas mercadorias. No Brasil, esse impacto pode ser direto, já que a economia brasileira é sensível aos preços internacionais das commodities.
Mercado de Ações e Expectativas para o Fed
Globalmente, o Nasdaq entrou oficialmente em “bear market”, registrando uma queda de 20% em relação ao último pico.
Além disso, os rendimentos dos treasuries de 10 anos caíram para menos de 4%, sinalizando uma possível necessidade de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) para estimular a economia. Esse movimento reflete a expectativa de uma desaceleração econômica mais ampla.
O presidente do Fed, Jerome Powell, comentou sobre os desafios econômicos durante um discurso nesta sexta-feira, destacando que as tarifas impostas podem gerar um cenário de inflação mais pressionada e crescimento mais lento, caracterizando a famosa estagflação.
Powell reforçou a importância de manter as expectativas de longo prazo para a inflação sob controle e alertou sobre a elevada incerteza da economia, com riscos elevados para o desemprego, além de apontar que os preços das residências seguirão em níveis elevados.
Perspectivas para o Mercado de Trabalho e o Sentimento dos Investidores
Apesar de dados positivos sobre o mercado de trabalho, com o payroll indicando um mercado de trabalho relativamente saudável antes dos impactos das tarifas, o sentimento no mercado continua sendo de cautela.
Os investidores estão mais focados nos próximos desdobramentos da guerra tarifária, o que manteve a volatilidade em alta.
Diante do cenário de incertezas econômicas, o momento é de maior cautela. Investidores tendem a priorizar ativos menos voláteis e mais resilientes, como setores que oferecem maior proteção ou reservas de valor, enquanto o mercado aguarda os próximos movimentos nas disputas comerciais e as possíveis medidas do Fed.
A volatilidade nos mercados financeiros deve continuar enquanto as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo se intensificam.
Com a expectativa de desaceleração econômica global e uma possível recessão nos Estados Unidos, o cenário permanece incerto. Os investidores, portanto, precisam estar atentos às mudanças no cenário econômico e considerar estratégias de proteção para mitigar os impactos da instabilidade nos mercados financeiros.