Apesar da popularização de métodos de pagamento instantâneos, como o Pix, o boleto bancário permanece como uma das principais formas de transação financeira no Brasil.
Segundo estimativas do setor, esse meio de pagamento movimenta até R$ 500 bilhões por mês, sendo amplamente utilizado em contas recorrentes e compras online.
A ampla adoção, no entanto, também atrai cibercriminosos. De acordo com especialistas, golpes envolvendo boletos falsos têm se tornado cada vez mais sofisticados, combinando táticas de engenharia social com dados reais das vítimas, como valores exatos e datas de vencimento.
As abordagens variam entre e-mails, aplicativos de mensagens e sites fraudulentos, dificultando a detecção por parte dos usuários.
Sinais de alerta em boletos falsos
Para conter o avanço das fraudes, Miguel Reis, diretor de Inovação em Serviços da empresa de Tecnologia SEK, aponta boas práticas que podem ser adotadas tanto por consumidores quanto por empresas.
Entre elas, está a verificação da linha digitável do boleto, cujos primeiros dígitos indicam o banco emissor — informação que pode ser conferida junto à Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Além disso, nomes de beneficiários genéricos, valores arredondados com descontos inesperados e remetentes desconhecidos são indicativos de possíveis fraudes.
Outra medida importante é a confirmação direta com a empresa ou fornecedor antes de realizar o pagamento, especialmente em casos de mensagens não solicitadas.
Recomendações para empresas
Empresas também devem adotar medidas preventivas para minimizar riscos. Entre as recomendações estão:
- Conscientização interna: Treinamentos contínuos sobre segurança cibernética e simulações de incidentes ajudam os colaboradores a reconhecer tentativas de golpe.
- Validação de documentos: Utilizar canais autenticados para emissão e consulta de boletos, revisar processos de envio de documentos e adotar autenticação multifator são medidas recomendadas.
- Monitoramento de ameaças: Ferramentas que detectam o uso indevido de marcas, domínios falsificados ou vazamentos de dados podem identificar ataques antes que causem prejuízos.
- Plano de resposta a incidentes: Ter um protocolo claro de contenção e comunicação é essencial para reagir rapidamente a fraudes. Esse plano deve incluir diretrizes de notificação a clientes e parceiros e seguir as exigências da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Atenção e prevenção contínuas
Especialistas reforçam que o cenário atual exige vigilância constante e atualização frequente das práticas de segurança. A combinação de atenção aos detalhes, educação digital e uso de tecnologia apropriada é considerada essencial para mitigar os riscos de golpes financeiros envolvendo boletos bancários.