Brasil deve adotar novo modelo de financiamento imobiliário

Brasil deve adotar novo modelo de financiamento imobiliário Brasil deve adotar novo modelo de financiamento imobiliario

`Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante entrevista coletiva em Brasília 27/03/2025 REUTERS/Adriano Machado

A economia brasileira demonstra um dinamismo notável, conforme declarado pelo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta terça-feira. Ele destacou que a inflação permanece em níveis elevados e com caráter disseminado entre diversos setores.

Galípolo ressaltou que, segundo várias métricas de desempenho econômico, especialmente no mercado de trabalho e na atividade produtiva, a economia está aquecida. Durante sua apresentação, ele citou a última decisão de política monetária do BC, onde a Selic foi elevada para 14,25% ao ano em março, sinalizando que, apesar do dinamismo econômico, uma desaceleração poderia ser necessária para conter a inflação.

O presidente do BC também observou que a dinâmica dos preços supera a meta contínua de 3% de inflação, afetando diversos segmentos, como bens industriais, serviços, preços administrados e alimentação. Ele identificou uma persistente desancoragem das expectativas de mercado quanto à inflação.

Galípolo ainda apontou que os mecanismos de transmissão da política monetária no Brasil podem ser menos eficazes em comparação a outros países, com “alguns canais entupidos”. O cenário internacional foi destacado como um fator crucial na determinação de preços, com incertezas relacionadas à política econômica dos Estados Unidos exercendo influência sobre a Economia global.

O presidente do BC alertou que avaliações recentes de mercado indicam que a política tarifária dos Estados Unidos pode desacelerar a economia mundial, levantando preocupações sobre possíveis efeitos nas cadeias produtivas. Além disso, Galípolo frisou a necessidade de o Brasil adotar um novo modelo de financiamento para o crédito imobiliário, atualmente excessivamente dependente dos depósitos na caderneta de poupança, cuja captação está em declínio. Modelos alternativos que busquem novas fontes de captação estão em discussão.

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