A busca por investimentos internacionais tem se intensificado entre os brasileiros, especialmente em direção aos Estados Unidos. Segundo dados da Receita Federal, mais de 816 mil contribuintes declararam possuir bens no exterior em 2023, representando um crescimento de quase 200% em relação a 2018.
No mesmo período, o volume aplicado fora do país atingiu US$ 45,18 bilhões, marcando uma alta de 12,5% em comparação ao ano anterior. Esse movimento reflete uma tendência crescente de diversificação de portfólio, visando moedas mais valorizadas e mercados mais estáveis.
Decisão do Federal Reserve e impacto no cenário de investimentos
A decisão do Federal Reserve (Fed) de manter a taxa de juros dos EUA entre 4,25% e 4,50% ao ano, anunciada em maio de 2025, reacende o debate sobre a atratividade da renda fixa americana frente à brasileira.
Embora a Selic brasileira tenha subido para 14,75% ao ano, o diferencial entre as taxas diminuiu, exigindo dos investidores uma avaliação mais criteriosa do cenário global. Especialistas alertam para a importância de considerar o perfil de risco e os objetivos financeiros antes de tomar decisões de investimento, levando em conta tanto o cenário doméstico quanto internacional.
O mercado imobiliário americano como alternativa estratégica
Nesse contexto, o mercado imobiliário americano surge como uma alternativa estratégica. Regiões como Orlando, Miami e Atlanta oferecem alto potencial de rentabilidade, com valorização e geração de renda passiva em dólar.
A procura por imóveis estruturados para aluguel por temporada ou longo prazo tem crescido, tanto pelo retorno financeiro quanto pela menor burocracia no processo de compra.
Um dos diferenciais mais relevantes está no financiamento. Nos EUA, é possível financiar até 70% do valor do imóvel, mesmo sem residência ou green card.
Os juros anuais giram entre 6% e 8%, e os prazos para quitação chegam a 30 anos. Além disso, o sistema estadunidense dispõe de empresas especializadas chamadas de “title companies”, que asseguram a legalidade e a fluidez da transação.FENACON
Tributação de investimentos no exterior
A partir de 2024, entraram em vigor novas regras de tributação para investimentos no exterior. Os rendimentos de aplicações financeiras mantidas por brasileiros no exterior passaram a ser tributados com uma alíquota única de 15%, simplificando o processo de declaração.
Além disso, foi permitida a compensação de prejuízos obtidos em um ano-calendário com os lucros recebidos em períodos futuros. Essas mudanças visam aumentar a arrecadação e reduzir a evasão fiscal, uma vez que muitos ativos mantidos no exterior não eram devidamente declarados ou tributados.
Investir no mercado imobiliário norte-americano tem se mostrado uma opção atraente para brasileiros que buscam diversificar seus portfólios e proteger seu patrimônio.
Com condições de financiamento favoráveis e um ambiente jurídico estável, os EUA oferecem oportunidades significativas. No entanto, é fundamental que os investidores estejam cientes das implicações tributárias e busquem orientação profissional para tomar decisões informadas e alinhadas aos seus objetivos financeiros.