Nova declaração de importação muda rotina de empresas no comércio exterior

Organizar catálogo de produtos, garantir a integração de sistemas, automatizar etapas e capacitar as equipes devem ser as prioridades para evitar multas, atrasos e gargalos operacionais

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Foto: Reprodução/ Freepik

A implementação da Declaração Única de Importação (DUIMP) está transformando os processos de importação no Brasil.

A nova exigência, que integra diferentes etapas do processo em um único registro eletrônico, substitui gradualmente a antiga Declaração de Importação (DI) e traz desafios significativos para empresas que atuam no comércio exterior.

O novo sistema faz parte do programa Portal Único de Comércio Exterior, do Governo Federal, e busca digitalizar, padronizar e aumentar o controle aduaneiro, tornando os procedimentos mais transparentes e eficientes. No entanto, a transição exige mudanças estruturais dentro das empresas.

Catálogo de Produtos: principal desafio

Uma das maiores mudanças introduzidas pela DUIMP é a obrigatoriedade do Catálogo de Produtos. Essa ferramenta exige que as empresas cadastrem, com alto grau de detalhamento, todos os itens que importam, com suas respectivas classificações fiscais, descrições técnicas e atributos.

Erros na categorização, segundo especialistas, podem levar à retenção de mercadorias e à aplicação de multas, o que reforça a importância de um planejamento minucioso.

Para evitar falhas, empresas têm sido orientadas a mapear o histórico de importações, priorizando os itens mais recorrentes (SKUs), revisar a classificação fiscal segundo a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e organizar de forma clara e auditável a base de dados.

Preparação e adaptação

A adaptação à DUIMP envolve mudanças operacionais, tecnológicas e culturais. Entre as principais recomendações estão:

Especialistas em comércio exterior reforçam que a preparação antecipada é fundamental para evitar gargalos operacionais, atrasos nas liberações de carga e penalidades fiscais.

Uso da Tecnologia na transição

A digitalização é vista como um dos principais pilares para a transição bem-sucedida. Soluções baseadas em inteligência artificial e plataformas integradas com os sistemas da Receita Federal têm sido adotadas por operadores logísticos e importadores com alto volume de transações.

Essas ferramentas automatizam grande parte do processo, reduzem erros manuais e fornecem análises baseadas em dados históricos, contribuindo para uma tomada de decisão mais ágil e precisa.

A expectativa é que a DUIMP esteja integralmente implementada até o final de 2025, exigindo que as empresas estejam plenamente adaptadas até lá.

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