O mundo se despede do Papa Francisco, que faleceu na manhã desta segunda-feira, 21 de abril, aos 88 anos, em sua residência na Casa Santa Marta, na Cidade do Vaticano. O anúncio foi feito pelo Cardeal Kevin Farrell, que expressou a tristeza da Igreja e de todos os fiéis ao informar que “o bispo de Roma retornou à casa de seu Pai”.
O Papa Francisco, conhecido por sua abordagem inovadora e acolhedora, foi o primeiro pontífice latino-americano na história da Igreja Católica, trazendo uma nova perspectiva ao papado. Desde sua nomeação em março de 2013, ele dedicou sua vida ao serviço do Senhor e à promoção dos valores do Evangelho, sempre com um enfoque especial nas questões sociais e na defesa dos mais pobres e marginalizados.
Farrell destacou que a vida do Papa Francisco foi um exemplo de fidelidade, coragem e amor universal. “Ele nos ensinou a importância de levar a mensagem de Cristo a todos, independentemente de sua condição social, raça ou crença. Sua luta incansável pelos direitos dos necessitados e sua visão inclusiva para a Igreja deixaram um legado que será lembrado por gerações”, afirmou o Cardeal.
“Com imensa gratidão por seu exemplo como discípulo do Senhor Jesus, entregamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso de Deus Uno e Trino”, reforçou. O vídeo, gravado na capela da Casa Santa Marta, também contou com a presença do secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, e do substituto do secretário de Estado, o venezuelano Edgar Peña Parra.
Após sua internação no Hospital Gemelli, em Roma, a saúde do sumo pontífice foi considerada “complexa”. Além de uma infecção polimicrobiana que exigiu tratamento intensivo, desenvolveu pneumonia bilateral, o que complicou ainda mais sua situação. Apesar dos esforços médicos e do tratamento com antibióticos e cortisona, sua condição se agravou nas horas finais. Durante toda a internação, Francisco manteve-se consciente, de bom humor e em constante oração.
O legado
Durante seu pontificado, o Papa Francisco enfrentou desafios significativos, como as crises de refugiados, o aquecimento global e a necessidade de uma reforma interna na Igreja. Com seu carisma e empatia, ele não apenas renovou o diálogo entre a Igreja e o mundo, mas também inspirou milhões de pessoas a buscar uma vida mais inclusiva e solidária.
Jorge Mario Bergoglio nasceu em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, Argentina, em uma família de imigrantes italianos. Desde muito jovem, demonstrou uma forte vocação religiosa, ingressando no seminário e, posteriormente, na Companhia de Jesus (jesuítas), onde se formou como sacerdote.
Foi ordenado sacerdote em 1969 e, ao longo do tempo, tornou-se uma figura central na Igreja argentina. Em 1998, foi nomeado arcebispo de Buenos Aires e, em 2001, recebeu o título de cardeal pelo Papa João Paulo II. Seu trabalho pastoral foi marcado por uma proximidade com os setores mais vulneráveis da sociedade, conquistando o respeito e a afeição do povo.
Em 13 de março de 2013, após a histórica renúncia de Bento XVI, Bergoglio foi eleito o 266º papa da Igreja Católica, sendo o primeiro pontífice latino-americano e o primeiro jesuíta a assumir o trono de São Pedro. Ele escolheu o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, refletindo seu compromisso com a humildade, simplicidade e a defesa dos pobres.
Papa Francisco não participou de nenhum dos rituais da Semana Santa, pois ainda estava se recuperando após passar 38 dias no hospital devido a pneumonia bilateral, recebendo alta em 23 de março.
Franscisco percorreu a Praça de São Pedro em um papamóvel por vários minutos, parando o veículo para abençoar algumas crianças, embora estivesse visivelmente debilitado e com dificuldades de movimento.
Líderes religiosos e políticos de todo o mundo estão se manifestando em homenagem ao pontífice. A comunidade católica se une em oração, refletindo sobre o impacto que o Papa Francisco teve em suas vidas e seu compromisso em promover a paz e a justiça social.