Cada vez mais brasileiros têm incluído os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) na carteira de aplicações.
De acordo com os dados da Bolsa de Valores (B3), mais de 2,19 milhões de brasileiros investem nesse tipo de fundo, o que corresponde ao aumento de mais de 100% em comparação com dezembro de 2020, quando o total de cotistas era de 1,1 milhão.
A acessibilidade financeira, a possibilidade de renda passiva e a diversificação de ativos imobiliários são alguns dos fatores que tornam os FIIs uma opção atraente para os investidores, segundo a B3.
Entretanto, para quem tem dúvidas sobre como investir em fundos imobiliários, é importante observar outros aspectos, como alerta a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
A orientação é avaliar características como segurança, rentabilidade, liquidez, gestão e cobrança de taxas. Por isso, a Anbima recomenda buscar informações em fontes confiáveis antes de começar a investir.
Os FIIs são divididos em duas categorias e conhecer as diferenças entre elas também é importante. Os fundos imobiliários de tijolos investem diretamente em imóveis físicos, como prédios comerciais, shoppings e galpões logísticos.
Já os de papéis atuam no mercado de crédito imobiliário e direcionam os recursos do investidor para títulos que financiam o setor, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
É hora de investir?
Durante o FII Experience de 2023, principal evento sobre fundos imobiliários do Brasil, especialistas analisaram o potencial desse tipo de investimento para a preservação do patrimônio financeiro.
Tanto os de tijolos, quanto os de papel foram apontados como eficientes na geração de valor aos cotistas.
Na ocasião, o gestor do Fator Verita (VRTA11), Rodrigo Possenti, afirmou que o momento é propício para investir nos FIIs de papel, devido à queda nas taxas de juros e à inflação controlada.
Ele também destacou que os fundos atrelados ao IPCA oferecem proteção contra a perda do poder de compra.
O sócio fundador da TRX, Luiz Augusto do Amaral, revelou que o segredo para lucrar com imóveis está na compra.
Ele informou que o fundo TRXF11 tem 98% de contratos atípicos com prazos longos, permitindo a incorporação consistente da inflação nos aluguéis.
Mas para quem não é especialista, há diversos mitos que atrapalham a tomada de uma decisão estratégica quando se fala em investir em FIIs. A seguir, confira o que é fato e o que não é sobre esse assunto.
FIIs não são renda fixa
Verdade. Os FIIs são investimentos da modalidade renda variável, considerada mais arriscada e rentável em comparação com a renda fixa.
Apesar disso, a Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) considera que esse tipo de fundo está entre as opções mais seguras da categoria, sendo recomendado para os investidores iniciantes.
Quando se investe em um FII, o investidor adquire cotas de um fundo que reúne ativos imobiliários de edifícios, shoppings ou galpões.
Os rendimentos não são fixos, pois dependem do desempenho desses ativos e da gestão do fundo, o que envolve riscos, incluindo a possibilidade de perda de capital.
FIIs são isentos de Imposto de Renda
Verdade parcial. Os rendimentos mensais distribuídos pelos FIIs são isentos de Imposto de Renda, mas os ganhos devem ser informados na declaração anual do investidor.
Quando o investidor vende as cotas de FII com lucro, há cobrança de 20% do IR sobre o ganho. O valor deve ser pago através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF).
Investir em FIIs exige muito dinheiro
Mentira. Esta informação falsa afasta muitos potenciais investidores. Diferente de investir na compra de um imóvel, que exige uma grande quantia disponível, os FIIs são vendidos por cotas que garantem uma participação proporcional nos lucros.
Dessa forma, contribuíram para democratizar o acesso aos investimentos em imóveis. É possível começar a investir com menos de R$10.
A estratégia pode ser eficaz, pois reduz a exposição à volatilidade do mercado e possibilita a compra de mais cotas quando os preços estão baixos, evitando o chamado “efeito manada”.
Não há riscos ao investir em FIIs
Mentira. A Anbima informa que qualquer tipo de investimento implica riscos. No entanto, os FIIs são considerados mais seguros do que outros ativos de renda variável, como ações e criptomoedas.
Entre os riscos associados aos FIIs estão: vacância, inadimplência, baixa liquidez e alavancagem.
É possível viver de renda apenas com FIIs
Verdade. É possível viver da renda passiva gerada pelos investimentos em fundos imobiliários. Na internet, é possível calcular a estimativa do valor necessário a ser investido para conquistar a renda mensal desejada.
No entanto, é importante lembrar que os rendimentos dos FIIs podem variar ao longo do tempo e, portanto, não são previsíveis como ocorre, por exemplo, em investimentos de renda fixa.