Pedro Lucas Fernandes desiste do ministério após racha no União

Pedro Lucas Fernandes desiste do ministério após racha no União Lider do Uniao Brasil rejeita cargo no Ministerio das Comunicacoes

O deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) em imagem de arquivo — Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas Fernandes (MA), recusou o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o ministério das Comunicações. A decisão foi comunicada após um encontro com o presidente da legenda, Antônio Rueda, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

A resistência de Pedro Lucas em aceitar o cargo se deve ao clima de instabilidade que sua saída poderia causar dentro do partido. Na nota em que justificou sua decisão, ele expressou suas sinceras desculpas ao presidente Lula e afirmou que acredita que pode contribuir mais com o País na função que exerce atualmente.

Fontes do governo comentaram que a recusa foi encarada como desrespeitosa e que poderá levar a uma reavaliação da participação do União Brasil no governo Lula. No dia 10 de abril, Pedro Lucas havia sido indicado para o ministério em substituição ao ex-ministro Juscelino Filho, que renunciou após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção.

Durante uma reunião no Palácio do Planalto, Lula elogiou a indicação de Pedro Lucas e pediu maior apoio do União Brasil no Congresso. Esse encontro contou com a presença de Pedro Lucas, Alcolumbre e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que fez o anúncio da indicação.

Pedro Lucas também sublinhou que a decisão seria tomada em conjunto com a bancada de deputados do partido, que até então mostrava resistência à mudança. Segundo informações do Estadão/Broadcast, cerca de 25 deputados se opunham ao movimento, e o favoritismo para o ministério, caso ele aceitasse, recaía sobre o ex-ministro Juscelino Filho.

Além da polarização interna, a relação do partido com o governo é complexa. Recentemente, o União Brasil teve um papel ativo na entrega de assinaturas para o projeto de lei da anistia aos detidos durante os eventos de 8 de janeiro, com 40 dos 59 deputados apoiando a urgência da proposta.

As divisões internas já foram evidentes anteriormente, quando a escolha de Pedro Lucas causou mal-estar entre os membros do partido, que discutiram o risco de se tornarem alvo de piadas por sua falta de união.

Pedro Lucas fez uma declaração explicando sua recusa, ressaltando seu compromisso com a política e seu papel atual, que lhe permite dialogar com diferentes forças políticas e contribuir para a formação de maiorias no Legislativo. Ele reiterou sua gratidão ao presidente Lula pelo convite e sua intenção de continuar lutando pelo bem-estar dos brasileiros, especialmente os mais necessitados.

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