ADR de empresas brasileiras fecham em queda, EUA em crise

ADR de empresas brasileiras fecham em queda, EUA em crise ADR de empresas brasileiras fecham em queda EUA em crise

(Crédito: Shutterstock)

O índice Dow Jones Brazil Titans 20 ADR (BR20) registrou uma queda de 0,42%, encerrando o pregão em 16.244,56 pontos na segunda-feira, 21 de março. No mesmo dia, o ETF EWZ teve retração de 0,12%, sendo negociado a US$ 25,19. Na B3, o mercado não operou, uma vez que a sessão foi suspensa em razão do feriado de Páscoa, mas nos Estados Unidos as ações de empresas brasileiras continuaram sendo negociadas normalmente.

Os papéis brasileiros acompanharam a tendência de baixa das bolsas norte-americanas, que enfrentaram um dia negativo, com quedas superiores a 2%. Esse movimento foi influenciado por recentes declarações do ex-presidente Donald Trump, que criticou o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Em suas redes sociais, Trump chamou Powell de “perdedor” e o apelidou de “Sr. Tarde Demais”, sugerindo urgência na redução das taxas de juros pelo FOMC.

No fechamento, o S&P 500 caiu 2,36%, fechando em 5.157,81 pontos, enquanto o Nasdaq Composite apresentou uma diminuição de 2,50%, em 15.878,68 pontos. O Dow Jones Industrial Average registrou uma queda de 2,47%, finalizando em 38.159,19.

Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, avaliou que o dia foi marcado por uma intensa aversão ao risco, com aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano e um enfraquecimento do dólar em relação a moedas de países desenvolvidos. O índice DXY, que mede a força do dólar, atingiu sua menor cotação em 15 meses.

Além disso, seguindo a tendência de ambientes de “risk-off”, o preço do ouro disparou para mais de US$ 3.400 por onça, enquanto o franco suíço, considerado uma moeda de segurança, valorizou-se em mais de 1% frente ao dólar.

Shahini comentou que as reações do mercado estão ligadas ao aumento da incerteza relacionada às políticas do governo Trump, especialmente em relação à independência do Fed. Ele destacou que a situação pode gerar volatilidade nos mercados americanos, provocando fuga de ativos dolarizados.

As notícias sobre as negociações comerciais entre os Estados Unidos e outros países também indicam progresso limitado, o que sugere que os riscos podem persistir além do período de pausa de 90 dias inicialmente previsto. As tensões entre Estados Unidos e China estão crescendo, levantando preocupações sobre a possibilidade de a disputa comercial se transformar em um conflito geopolítico mais amplo.

Apesar de o mercado brasileiro ter sido resguardado pelo feriado local, a pressão sobre as moedas emergentes, em especial o real, voltou a ser sentida em razão do clima de aversão ao risco e da diminuição nos preços das commodities.

O BR20 reúne os ADRs (American Depositary Receipts) das principais companhias brasileiras, enquanto o EWZ é o principal ETF (Exchange Traded Fund) que replica o índice MSCI Brazil.

Dentre as quedas mais significativas no pregão, destacam-se a Embraer, que caiu 3,38%, e a BRF, que recuou 2,48%. Em contrapartida, os recibos da Vale tiveram leve alta de 0,11%, enquanto as ações da Petrobras fecharam com desvalorização de 1,11%.

Empresa COTAÇÃO (US$) VARIAÇÃO (%)
Azul 1,53 -1,92
Eletrobras 7,25 0,35
Ambev 2,4 -0,41
CSN 1,51 -0,33
TIM Brasil 15,31 -0,26
Itaú Unibanco 5,69 0,44
Banco Santander (Brasil) 4,72 0,43
Bradesco 2,23 0,68
Sabesp 18,71 -0,11
Petrobras 10,71 -1,11
Embraer 42,08 -3,38
Gerdau 2,51 -1,18
Telefônica Brasil 9 -0,61
Cemig 1,73 -0,57
Vale 9,11 0,11
Suzano 8,96 0
Cosan 4,88 -0,51
Sendas Distribuidora 96 2,67
BRF 3,54 -2,48

O ambiente atual de negócios continua a ser impactado pela volatilidade internacional e pelas incertezas políticas, com o mercado global observando atentamente os desdobramentos das relações comerciais e monetárias.

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