Moeda americana enfrenta crise de confiança enquanto China e Estados Unidos ampliam tarifas recíprocas
O dólar americano registra forte queda nesta sexta-feira (11), refletindo a intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Às 8h47 (horário de Brasília), o dólar comercial era cotado a R$ 5,89, após ter fechado em alta no dia anterior, devido à forte aversão ao risco gerada pelo conflito tarifário entre as duas maiores economias do mundo. A recente escalada das tensões abalou significativamente a confiança dos investidores na moeda norte-americana.
Às 09h20 (horário de Brasília), o Índice Dólar, que avalia o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis outras moedas internacionais, despencou 1,2%, alcançando 99,430 pontos, caindo abaixo do nível de 100 pela primeira vez desde julho de 2023.
EUA elevam tarifas para 145% e China responde com nova tarifa de 125%
Nesta semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou as tarifas sobre importações chinesas para 145%, acirrando ainda mais o embate comercial. Em resposta, Pequim anunciou nesta sexta-feira (11) tarifas adicionais, elevando para 125% a taxação sobre produtos americanos, uma alta significativa em relação aos 84% divulgados anteriormente.
“Estamos testemunhando um colapso simultâneo nos preços de todos os ativos americanos, incluindo ações, dólar e títulos do Tesouro”, alertaram analistas do Deutsche Bank em relatório divulgado hoje.
Moedas de refúgio ganham força
Com a crise de confiança no dólar, investidores correm para ativos considerados mais seguros. O euro avançou 1,6%, chegando a US$ 1,1371, o maior patamar desde fevereiro de 2022. Da mesma forma, o franco suíço caiu para 0,8169 por dólar, níveis não vistos desde 2015.
O iene japonês também registrou forte valorização, atingindo seu melhor desempenho em seis meses, cotado a 142,65 ienes por dólar.
Segundo analistas do ING, o movimento dos investidores reflete uma fuga acelerada dos ativos americanos, impulsionada pela perda de confiança nas políticas econômicas e comerciais do governo Trump.
Perspectivas futuras
Especialistas preveem que o movimento de queda do dólar pode continuar enquanto não houver uma solução clara para a disputa comercial entre as duas maiores economias mundiais. Segundo Rodrigo Catril, estrategista do National Australia Bank, “a tendência é de continuidade na fuga do dólar, salvo um desfecho iminente para as tensões comerciais”.
Investidores e analistas permanecem atentos aos próximos desdobramentos, especialmente após o fim da pausa temporária nas tarifas generalizadas e novos possíveis anúncios tanto de Pequim quanto de Washington.
Principais destaques da crise do dólar:
- Índice Dólar cai abaixo de 100 pela primeira vez desde 2023.
- Tarifas dos EUA chegam a 145%; China responde com 125%.
- Euro, franco suíço e iene registram altas significativas.
- Mercado prevê continuidade da queda enquanto persistir a guerra comercial.
Essa nova escalada da guerra comercial entre EUA e China amplia os riscos globais e ameaça ainda mais a estabilidade econômica dos mercados internacionais.
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