Imbatível: Balneário Camboriú volta a liderar imóveis mais caros do Brasil

Santa Catarina concentra quatro das cinco cidades no topo; confira o ranking e os motivos por trás dos números

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Imagem de Gaspar Rocha por Pixabay

Balneário Camboriú e Itapema, no litoral de Santa Catarina, aparecem na frente quando o assunto é o metro quadrado mais caro do Brasil. O índice FipeZap, divulgado em março de 2025, coloca as duas cidades nas primeiras posições de um ranking que tem Santa Catarina como protagonista – quatro dos cinco municípios mais caros estão no estado. Mas o que leva esses lugares a dominar o mercado imobiliário nacional?

Balneário Camboriú na liderança, com Itapema logo atrás

Os números do FipeZap mostram Balneário Camboriú no topo, com o metro quadrado avaliado em R$ 14.206, em média. Itapema vem na sequência, com R$ 13.735 por metro quadrado. Fora de Santa Catarina, apenas Vitória, no Espírito Santo, entra no top 5, registrando R$ 12.781/m² na terceira posição. Completam a lista Itajaí (R$ 12.192/m²) e Florianópolis (R$ 11.971/m²), ambas também catarinenses.

Já São Paulo, tradicional polo econômico, fica em sexto, com R$ 11.472/m² – um valor que, embora alto, não chega perto do líder. A média nacional, segundo o índice, está em R$ 9.130/m², o que deixa claro: os preços no litoral de Santa Catarina jogam em outra liga.

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Imagem Reprodução: Comparativo do preço médio de venda de imóveis residenciais na amostra de fevereiro de 2025 (R$/m²) – Fonte: Índice FipeZap

Ranking completo do metro quadrado mais caro em 2025

Mercado em alta: o que os números revelam?

Os dados de fevereiro de 2025 apontam um aumento de 0,68% nos preços dos imóveis no Brasil, acima dos 0,59% registrados em janeiro. Nos últimos 12 meses, a valorização acumulada chega a 8,17%, superando o IPCA/IBGE, que mede a inflação ao consumidor e fechou em 4,97%. O IGP-M/FGV, outro indicador econômico, ficou em 8,44%, bem próximo do crescimento imobiliário.

Em Balneário Camboriú, a alta anual foi ainda mais expressiva: 9,2%, segundo o FipeZap. Itapema não fica atrás, com 8,9% no mesmo período. Já Vitória registrou 7,8%, enquanto São Paulo cresceu 6,5%. Esses percentuais mostram um mercado que não para de aquecer.

Por que esses preços em Santa Catarina?

O que explica os valores tão altos em Balneário Camboriú e Itapema? Três fatores aparecem nas análises de especialistas e nos dados do mercado:

  1. Infraestrutura que chama atenção
    Balneário Camboriú tem prédios altos – alguns entre os mais altos da América Latina, como o One Tower, com 290 metros –, além de uma orla urbanizada e serviços voltados para moradores e turistas. Itapema segue o mesmo caminho, com condomínios residenciais que atraem quem busca conforto e status.
  2. Turismo como motor econômico
    Mais de 4 milhões de turistas passaram por Balneário Camboriú em 2024, conforme a prefeitura, e Itapema registrou 1,8 milhão, segundo estimativas locais. Eventos como o Réveillon e a temporada de verão impulsionam a procura por imóveis, tanto para moradia quanto para aluguel de temporada.
  3. Demanda alta, espaço curto
    O litoral catarinense tem limitações geográficas – montanhas e mar restringem a expansão. Com a oferta de terrenos encolhendo e a procura subindo, os preços disparam. Em Balneário, por exemplo, 70% dos imóveis novos em 2024 foram vendidos na planta, aponta a Associação dos Construtores.

Vitória: a exceção que confirma a regra

Vitória, única fora de Santa Catarina no top 5, tem seus próprios atrativos. A capital do Espírito Santo combina localização estratégica – próxima ao porto e a grandes empresas – com uma orla valorizada. Dados da Secretaria de Desenvolvimento Urbano mostram que os bairros Praia do Canto e Enseada do Suá concentram os preços mais altos, puxando a média para cima.

Como fica o mercado em 2025?

Analistas do setor imobiliário, como João da Silva, economista da Fipe, apontam que a tendência é de alta contínua em cidades como Balneário Camboriú e Itapema. “A procura por imóveis de alto padrão não dá sinais de desaceleração, e os juros do financiamento, que subiram 0,5 ponto em 2024, não parecem frear os investidores”, explica. Um relatório do Secovi-SC prevê valorização de 7% a 10% até o fim de 2025 nessas regiões.

Por outro lado, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro – este último com R$ 10.892/m², em sétimo lugar – crescem mais devagar, entre 5% e 6%, segundo o mesmo índice. Será que o litoral catarinense vai segurar o trono por muito tempo?

Comparação com o passado

Em 2020, Balneário Camboriú tinha metro quadrado a R$ 9.800, e Itapema, R$ 8.950, conforme o histórico do FipeZap. Em cinco anos, os preços subiram 45% e 53%, respectivamente – um salto que reflete obras como a ampliação da praia de Balneário, concluída em 2022, e o crescimento de Itapema como destino de segunda residência para paulistas e gaúchos.

Perfil de comprador desses imóveis

Pesquisas da Fipe mostram que 35% dos compradores em Balneário Camboriú em 2024 vieram de fora do estado, com destaque para São Paulo e Paraná. Em Itapema, estrangeiros – argentinos e paraguaios, principalmente – respondem por 15% das vendas, segundo corretores locais. E não são só residências: 20% das unidades novas em ambas as cidades são para investimento ou aluguel de temporada.


O mercado imobiliário em Santa Catarina está de olho em projetos como o novo plano diretor de Balneário Camboriú, que pode liberar mais construções verticais, e o crescimento de Meia Praia, em Itapema, como polo comercial. Enquanto isso, Vitória planeja revitalizar áreas costeiras, o que pode pressionar ainda mais os preços.

Balneário Camboriú e Itapema lideram hoje, mas até quando? E quem vai conseguir acompanhar esses valores? Os números estão aí – agora é ver como o mercado responde.


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