Leilões na B3 geram R$ 100 bilhões de investimentos no primeiro semestre de 2025

Foram 36 leilões realizados, 80% a mais do que no mesmo período de 2024. Setor de transportes, com concessões de rodovias, se destaca com investimentos de R$ 59,6 bilhões

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Foto: Reprodução/ Divulgação

A B3 realizou, no primeiro semestre de 2025, um total de 36 leilões envolvendo projetos de infraestrutura nos setores de transportes, saneamento, portos, meio ambiente, petróleo e Mobilidade urbana. O número representa um aumento de 80% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os investimentos contratados somam R$ 100 bilhões — R$ 75,6 bilhões em CAPEX (despesas de capital) e R$ 24,4 bilhões em OPEX (despesas operacionais). A expectativa é de geração de mais de 710 mil empregos diretos e indiretos em todo o país.

Segundo a B3, os leilões refletem o fortalecimento do ambiente de negócios no Brasil. “Oferecemos um ambiente de transparência, credibilidade e segurança para promover o encontro entre bons projetos e o mercado”, afirmou Guilherme Peixoto, superintendente de Relacionamento e Governança em Licitações da bolsa.

Transportes lideram com R$ 59,6 bilhões em investimentos

No setor de transportes, nove leilões foram realizados — quatro sob gestão federal, quatro no Mato Grosso e um no Mato Grosso do Sul — totalizando investimentos de R$ 59,6 bilhões. Foram concedidos mais de 4.400 km de rodovias.

Entre os destaques, estão as duas primeiras repactuações da história: os trechos da CCR MSVia (BR-163/MS) e da ECO101 (BR-101/ES/BA), que devem atrair R$ 26,8 bilhões.

O governo federal também realizou o primeiro leilão de rodovia no Norte do país: a Rota Agro Norte (BR-364/RO). Os certames registraram média de três proponentes por sessão, com presença de fundos e empresas estrangeiras.

Avanços no saneamento e portos

O setor de saneamento contabilizou cinco leilões, sendo dois no Espírito Santo e três no Pará. Os projetos envolvem 142 municípios e mais de 5,6 milhões de pessoas, com previsão de R$ 22,2 bilhões em investimentos e geração de 255 mil empregos.

No setor portuário, foram realizados quatro leilões — três no Paraná e um no Rio de Janeiro — totalizando R$ 2,2 bilhões em investimentos em áreas arrendadas de 133,5 mil m². As outorgas somaram mais de R$ 857 milhões.

Meio ambiente e novas fronteiras

A B3 também registrou avanços em leilões voltados ao meio ambiente. Foram cinco certames florestais em regiões economicamente vulneráveis, com foco no desenvolvimento social e uso de Créditos de Carbono de Restauração (ARR).

Os investimentos chegaram a R$ 290 milhões em áreas superiores a 4,5 milhões de m².

Petróleo: recorde de arrecadação

No setor de petróleo, sete lotes foram leiloados no maior certame já promovido pela PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.).

Foram comercializados 74,5 milhões de barris da União nos campos de Mero, Búzios, Itapu e Sépia, com arrecadação de R$ 28 bilhões — superando os R$ 25 bilhões estimados inicialmente.

Mobilidade urbana e projetos diversos

No Estado de São Paulo, as Linhas 11, 12 e 13 da CPTM foram concedidas com investimentos previstos de R$ 14,3 bilhões. A PPP deve beneficiar 4,6 milhões de pessoas, com modernização de 124 km de linhas, novas estações e eliminação de cruzamentos rodoviários.

Outros projetos incluíram leilões de iluminação pública nas cidades de Joinville (SC) e Maranguape (CE), uma rede estadual de fibras ópticas em Goiás, a construção do novo Centro Administrativo de Maceió (AL) e a concessão do Complexo Esportivo do Serra Dourada (GO). O valor conjunto dos investimentos desses projetos é superior a R$ 1,3 bilhão.

Perspectivas para o segundo semestre

Para os próximos meses, já estão previstos 16 novos leilões e outras nove pré-reservas, indicando que o segundo semestre também deve ser movimentado no calendário da B3.

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