Brasileiros enfrentam alta carga tributária ao investir nos Estados Unidos

Falta de tratado bilateral entre os países prejudica investimentos no exterior, mas impactos podem ser minimizados com planejamento adequado

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Foto: Reprodução/ Divulgação

Investidores brasileiros que aplicam recursos nos Estados Unidos têm enfrentado dificuldades fiscais em razão da ausência de um tratado bilateral para evitar a bitributação.

Rendimentos como dividendos, juros e ganhos de capital podem ser tributados tanto pelo fisco americano quanto pelo brasileiro, o que aumenta a carga tributária total e reduz o retorno líquido dos investimentos no exterior.

De acordo com a Pesquisa Global com Investidores 2024, realizada pela PwC, 44% dos investidores brasileiros consideram a instabilidade macroeconômica uma das principais preocupações atuais.

O cenário é agravado pela complexidade do sistema tributário nacional, pela falta de conhecimento sobre obrigações fiscais e pela ausência de planejamento internacional adequado.

Tributação nos EUA

Nos Estados Unidos, a legislação prevê retenção na fonte de 30% sobre dividendos pagos a investidores estrangeiros, conforme o Internal Revenue Service (IRS). Essa alíquota pode ser reduzida para residentes de países com os quais os EUA mantêm acordos de bitributação — o que não é o caso do Brasil. Dessa forma, investidores brasileiros permanecem sujeitos à taxa integral.

Especialistas explicam que a carga pode ser reduzida com o uso de estruturas jurídicas específicas, como empresas do tipo Limited Liability Company (LLC) registradas nos Estados Unidos.

Nesse modelo, a tributação sobre dividendos pode cair para cerca de 14%, desde que haja constituição correta da empresa, abertura de conta bancária e acompanhamento contábil. Em alguns casos, deduções adicionais previstas na legislação americana podem diminuir ainda mais a alíquota efetiva.

Planejamento e outros fatores

Apesar dos custos, os Estados Unidos continuam sendo um destino atrativo para diversificação de investimentos, devido à estabilidade econômica e ao tamanho do mercado.

O planejamento tributário, segundo especialistas, deve incluir não apenas estratégias para reduzir encargos, mas também a análise de outros elementos, como variação cambial e segurança jurídica.

Oscilações do dólar podem afetar significativamente os resultados, e estruturas como holdings, fundos e veículos de investimento internacionais podem oferecer maior proteção diante de mudanças regulatórias ou disputas judiciais.

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