BNDES financia projeto com maior emissão de debêntures incentivadas da história
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou nesta terça-feira (15), ao lado do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, o trecho em obras da Serra das Araras, localizado entre os municípios de Piraí e Paracambi, no Rio de Janeiro.
O local faz parte do projeto de recuperação, ampliação e modernização da Rodovia Presidente Dutra (BR-116) e da Rodovia Rio-Santos (BR-101), administradas pela concessionária CCR RioSP.
O BNDES aprovou apoio financeiro de R$ 10,75 bilhões à concessionária, incluindo a maior emissão de debêntures incentivadas da história, no valor de R$ 9,4 bilhões.
Desde o anúncio do investimento, em julho de 2023, o banco já desembolsou R$ 2,5 bilhões, com recursos liberados conforme o avanço da execução do projeto.
Investimento e geração de empregos
O total previsto para investimento nas obras é de R$ 15,5 bilhões, o maior entre todas as concessões rodoviárias federais do país. A expectativa é de que o projeto gere cerca de 40 mil empregos durante a fase de implantação e mais de 3 mil postos de trabalho permanentes após a conclusão.
A Serra das Araras é considerada uma das etapas mais emblemáticas da intervenção. Somente neste trecho, o investimento previsto é de R$ 1,5 bilhão, sendo 70% financiado pelo BNDES.
O novo traçado contará com oito faixas (quatro por sentido), acostamentos e melhorias estruturais, como 24 viadutos com 4.503 metros de extensão e duas rampas de escape.
Com a ampliação, a velocidade permitida será de 80 km/h. A estimativa é de redução de até 25% no tempo de subida (sentido São Paulo) e 50% na descida (sentido Rio de Janeiro).
Atualmente, o trecho recebe cerca de 390 mil veículos por mês, dos quais 36% são caminhões, cenário que favorece lentidão e número elevado de acidentes.
Andamento da obra
A obra já atingiu 25% de execução. Foram instaladas cinco das 50 vigas previstas, fabricadas no canteiro de obras em Paracambi. Também foram concluídas 502 estacas raízes, de um total programado de 2.200.
A concessionária já atua em 25 das 34 frentes de trabalho previstas e em 12 das 24 fundações dos viadutos.
A previsão de entrega da nova pista de subida é para 2028. A pista de descida deverá ser concluída em 2029.
Detalhes técnicos da construção
Entre os materiais utilizados na obra, destacam-se:
- 600 mil m³ de desmontes de rochas
- 129 mil m³ de concreto
- 16,5 milhões de kg de aço
- 68.830 m² de solo grampeado
- 2.730 m² de cortina atirantada (contenção de encostas)
Mais de 2 mil trabalhadores atuam atualmente nas obras. A estimativa é que mais de 5 mil pessoas estejam envolvidas ao longo de toda a execução.