Investimento federal vai tornar Congonhas primeiro aeroporto da América Latina com sistema EMAS

Crédito fotos: Ricardo Botelho/MInfra

A pista principal do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo/SP, será a primeira da América Latina a contar com a tecnologia EMAS (Engineered Material Arresting System), estrutura que cria uma nova área de escape com blocos de concreto que se deformam quando uma aeronave ultrapassa o limite final da pista.

A obra, que trará mais segurança às operações, será viabilizada com recursos do Governo Federal.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, assinou a ordem de serviço nesta quinta-feira (11), na capital paulista, ao lado do secretário nacional de Aviação Civil do ministério, Ronei Glanzmann, e do presidente da Infraero, brigadeiro Hélio Paes de Barros.

“Já investimos na pista com a camada porosa de atrito, que aumenta a aderência das aeronaves e elimina o problema de aquaplanagem, e agora o EMAS, que será instalado nas duas cabeceiras. É investimento sobretudo em segurança. A segurança está em primeiro lugar”, disse o ministro, durante a solenidade. De acordo com Freitas, o novo sistema de segurança de pista agrega valor ao aeroporto, que será concedido em 2022.

O investimento de R$ 122,5 milhões será feito pela Infraero, que administra o aeroporto. O consórcio vencedor do processo licitatório foi Kibag/Conserva, formado pelas empresas Kibag Brasil, Conserva de Estradas e Kibag Airfield Construction AG.

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Crédito fotos: Ricardo Botelho/MInfra

Em Congonhas, a nova área de escape foi dimensionada para desacelerar aeronaves em procedimento de pouso que vierem a ultrapassar os limites da pista, conforme as normas da aviação civil do País.

O EMAS é uma tecnologia que permite ampliar a segurança operacional em aeroportos com limitações de espaço físico.

Ela é utilizada para desacelerar aeronaves que ultrapassam o final da pista por meio do esmagamento de blocos de concreto. “A profundidade do EMAS aumenta quanto mais se avança pela área coberta, fornecendo um arrasto maior, trazendo ainda mais segurança para um aeroporto estratégico para a aviação do País”, explica o presidente da Infraero.

O planejamento da Infraero prevê que a obra seja executada em 16 meses e deixe a pista principal com duas novas áreas de escape: uma de 70m x 45m na cabeceira 17R, e outra de 75m x 45m na cabeceira 35L. As duas estruturas serão sustentadas por vigas e pilares capazes de suportar as aeronaves e veículos.

Tecnologia consolidada

O projeto prevê ainda obras complementares nas pistas de taxiamento nas regiões próximas aos EMAS.

Todas as intervenções serão alinhadas com as autoridades locais, com o objetivo de ajustar o andamento da obra para que ela ocorra em segurança, tanto para os operários quanto para as pessoas que circulam pela região.

Para instalar o EMAS no Aeroporto de Congonhas, a Infraero integrou um grupo de trabalho com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para estudar e criar critérios do projeto, instalação e manutenção de sistemas de desaceleração de aeronaves.

O projeto também contou com a contribuição de técnicos da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) e do Ministério da Infraestrutura, que fizeram os apontamentos necessários quanto aos requisitos do empreendimento.

O EMAS é adotado em aeroportos da Europa, Ásia e Estados Unidos. A tecnologia começou a ser desenvolvida na década de 1990, por meio de pesquisas do Federal Aviation Administration (FAA), que conta com um programa para melhorar as áreas de segurança ao final das pistas (Runway End Safety Areas – RESAs) em aeroportos comerciais, como os de Nova York (JFK e LaGuardia) e Boston. Desde então, as tecnologias evoluíram e contam com certificação internacional de diversas autoridades de aviação civil pelo mundo.

* Com informações da Assessoria de Imprensa da Infraero

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