Endividamento dos brasileiros segue em alta e renegociação se torna essencial em 2025

Com recorde histórico de dívidas e crescimento do crédito não imobiliário, feiras de negociação e tecnologias digitais ajudam consumidores e empresas a minimizar prejuízos.

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Foto: Reprodução/ Freepik

Em 2023, o endividamento dos brasileiros alcançou seu maior nível da história: 77,9% da população tinha alguma dívida, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O levantamento mais recente do Serasa revelou que 69,43 milhões de pessoas começaram aquele ano com o nome negativado.

Dívidas do dia a dia pressionam orçamento

A maior parte dessas dívidas está ligada a gastos cotidianos. Dados da FGV indicam que o crédito para consumo — composto por consignado, crédito pessoal não consignado, cartão de crédito, entre outros, exceto o imobiliário — já está em um patamar elevado em relação ao tamanho da economia brasileira (PIB).

Reflexo da economia instável

O aumento do endividamento acompanha a trajetória recente da economia nacional, que nos últimos anos alternou entre recessão, estagnação e baixo crescimento. Segundo a Deep Center, a chance de um consumidor quitar uma dívida ou parcela em atraso em até 30 dias após o vencimento é de quase 68%. Após seis meses, essa probabilidade despenca para menos de 5%.

Mudança no perfil do crédito

Até 2016, o saldo do crédito imobiliário crescia, enquanto o não imobiliário permanecia estável. A partir daquele ano, o crédito imobiliário se estabilizou em torno de 9% do PIB, enquanto o não imobiliário passou a subir, chegando a quase 23%. Hoje, as principais modalidades de crédito para pessoa física são:

Estratégias para sair do vermelho

O ideal, segundo especialistas, é evitar gastos acima da renda mensal projetada. No entanto, quando a dívida já existe, a renegociação se torna fundamental.

Empresas e instituições financeiras têm ampliado esforços para recuperar créditos, evitando prejuízos e oferecendo condições mais atrativas aos clientes.

“Feiras de negociação” ganham força

Um modelo que tem crescido é o de feiras de negociação, que reúnem bancos, financeiras e empresas de cobrança em locais estratégicos para atender clientes pessoalmente. Nessas ações, até 90% do portfólio de cobrança pode ser renegociado.

A média é de 2,5 clientes atendidos presencialmente por proposta, com recuperação superior a R$ 250 milhões por evento. Comparado aos métodos tradicionais, o volume de negociações aumenta em cerca de 70%.

Tecnologia como aliada

Novas soluções digitais têm ajudado consumidores a organizar as finanças e empresas a aumentar a recuperação de crédito. Plataformas de negociação online, análise de perfil e inteligência artificial permitem personalizar ofertas e acelerar acordos, tornando o processo mais acessível e eficiente para ambos os lados.

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