EUA e China devem estender trégua comercial para evitar nova escalada tarifária; negociações ocorrem em Estocolmo

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Foto por Feng Yongbin /China Daily

Os Estados Unidos e a China iniciam nesta segunda-feira (28) a terceira rodada de negociações comerciais em dois meses, com o objetivo de estender a trégua tarifária que vence no dia 12 de agosto. A medida busca conter uma escalada que já impôs tarifas de até 145% sobre produtos chineses e 125% sobre produtos americanos, ameaçando cadeias globais de suprimentos e a estabilidade geopolítica.

As reuniões bilaterais ocorrem em Estocolmo e são lideradas pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng. Segundo Bessent, “trabalhamos para uma provável extensão do armistício comercial de 90 dias firmado em maio.”

China entra fortalecida nas negociações

A economia chinesa demonstrou resiliência, com crescimento de 5,3% no primeiro semestre de 2025, e ganhos de mercado fora dos EUA. Além disso, a China exerce forte influência sobre os minerais de terras raras, vitais para indústrias de defesa, saúde e Tecnologia. O país controla 70% da mineração e mais de 90% do processamento global desses elementos — uma vantagem geoestratégica usada como trunfo nas negociações.

Em abril, Pequim impôs novas restrições à exportação de terras raras, provocando preocupação na Casa Branca. Em resposta, Washington amenizou seu tom e passou a negociar concessões. Neste mês, os EUA voltaram atrás na proibição de vendas dos chips H20 da Nvidia à China, uma medida que simboliza a tentativa de descompressão nas relações.

Sinais de distensão, mas impasses permanecem

Bessent declarou recentemente que “o comércio com a China está em um bom lugar” e que as conversas são “construtivas”. No entanto, Washington ainda pressiona por ações concretas de Pequim contra a crise do fentanil e maior abertura para produtos americanos como parte do esforço para reduzir o déficit comercial.

Panorama global de negociações comerciais

A rodada EUA-China acontece em meio a uma ofensiva diplomática mais ampla por parte do presidente Donald Trump, que nas últimas semanas anunciou acordos com a União Europeia, Japão, Vietnã, Filipinas e Indonésia, com tarifas reduzidas para todos os parceiros.

Segundo analistas, Pequim está disposta a aceitar tarifas superiores às de outros países asiáticos, mas exige previsibilidade e menor pressão sobre o setor de semicondutores.

Próximos passos

As negociações continuam até terça-feira (29) e deverão moldar o clima geopolítico e os fluxos comerciais das próximas semanas. O mercado global acompanha de perto os desdobramentos, com o prazo de 12 de agosto sendo o próximo ponto crítico no calendário da guerra comercial.

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