Escândalo cripto de Javier Milei: tudo sobre o caso da $LIBRA

Javier Milei

Javier Milei (Imagem: Vox España/Wikimedia Commons)

Na última sexta-feira (14), um tweet do presidente da Argentina, Javier Milei, desencadeou um escândalo financeiro de grandes proporções. A publicação promovia a nova criptomoeda $LIBRA, que, em poucas horas, disparou em valor antes de despencar drasticamente. O evento resultou em uma investigação governamental, suspeitas de fraude e até pedidos de impeachment.

O caso da $LIBRA apresenta características de uma prática comum no universo das criptomoedas chamada “Rug Pull” (ou “puxada de tapete”). Esse golpe ocorre quando os criadores de um ativo digital promovem a criptomoeda para atrair investidores e inflacionar seu preço.

Funciona assim: quando o ativo atinge um pico de valor, os criadores e primeiros investidores vendem grandes quantidades, embolsando lucros milionários e causando o colapso do preço.

Um ponto a ser levado em consideração é que o preço do ativo disparou imediatamente após a promoção de Milei, um padrão comum nesse tipo de fraude, e as primeiras compras foram feitas por um pequeno grupo com valores altíssimos, possivelmente usando informação privilegiada. O colapso ocorreu após esses investidores liquidarem suas posições, deixando milhares de investidores menores no prejuízo.

Linha do tempo do Caso $LIBRA

Para que fique mais fácil de entender o que aconteceu, a linha do tempo do caso $LIBRA é a seguinte:

  1. 14 de fevereiro, 19h01: Javier Milei publica no X promovendo a criptomoeda $LIBRA, afirmando que o ativo serviria para financiar Pequenos negócios na Argentina.
  2. 14 de fevereiro, 19h05: A cotação da $LIBRA dispara de US$ 0,25 para US$ 5,54, impulsionada pelo endosso presidencial.
  3. 14 de fevereiro, 19h30: Grandes investidores realizam compras milionárias da moeda, com indícios de uso de robôs para automatizar as transações.
  4. 14 de fevereiro, 20h10: As primeiras grandes vendas começam, totalizando cerca de US$ 7 milhões, causando a queda no valor da criptomoeda.
  5. 14 de fevereiro, 20h45: A $LIBRA colapsa, despencando para menos de US$ 1 após vendas massivas de investidores iniciais.
  6. 14 de fevereiro, 23h59: Milei apaga o tweet e publica um novo post afirmando que não conhecia os detalhes do projeto.
  7. 15 de fevereiro: O governo argentino anuncia uma investigação urgente sobre o caso.
  8. 17 de fevereiro: Partidos da oposição apresentam um pedido de impeachment contra Milei, alegando fraudes financeiras e abuso de poder.
Javier Milei
Presidente da Argentina, Javier Milei (Imagem: Vox España/Wikimedia Commons)

Quem são os envolvidos no escândalo da $LIBRA?

Vários nomes surgiram como peças-chave no escândalo da $LIBRA. A relação entre esses envolvidos e a administração de Milei levanta suspeitas de uso de informações privilegiadas e possível coordenação do esquema. Entre eles:

Criptomoeda $LIBRA

A criptomoeda $LIBRA foi lançada como um ativo digital associado a ideias de liberdade financeira e descentralização. Inicialmente, foi promovida como uma alternativa para facilitar transações sem a necessidade de intermediários tradicionais, como bancos e governos.

A origem do projeto remonta a um grupo de investidores internacionais que alegavam buscar uma revolução no mercado financeiro. No entanto, a falta de transparência sobre seus criadores e os mecanismos de governança da moeda geraram dúvidas desde o início.

O nome $LIBRA remete à unidade monetária histórica usada no Império Romano e também à tentativa de criar uma identidade de estabilidade e credibilidade no mercado de criptomoedas. Com a promoção inesperada feita por Javier Milei, a moeda ganhou grande notoriedade, mas rapidamente se tornou sinônimo de um dos maiores escândalos financeiros da Argentina.

Fonte: BBC News Argentina

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