Energia é cara para 83% dos brasileiros, aponta estudo

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A percepção do brasileiro sobre o setor elétrico está refletida na Pesquisa de Opinião Pública 2021 realizada pelo Datafolha.

Os dados obtidos apontam que, para 83% dos entrevistados, a energia continua com o valor alto: a cada 10 brasileiros, 8 consideram caro ou muito caro o preço da energia elétrica.

Os números mostram que, para 53% dos entrevistados, essa situação é decorrente da alta carga tributária; para 19%, o principal motivo dos preços elevados está na falta de concorrência no mercado ou na impossibilidade de se escolher a empresa fornecedora de energia; já 14% dos participantes creditam a situação à interferência do governo; e 10% acreditam que o desperdício é o ponto central do encarecimento da energia.

Livres para escolherem seu fornecedor de energia

A pesquisa do Datafolha/Abraceel também revela que 81% dos brasileiros desejam poder escolher a empresa fornecedora de energia.

Este é o maior percentual da série histórica da pesquisa realizada pela Abraceel desde 2014.

Se a medida de livre escolha fosse implantada, 70% dos entrevistados trocariam o atual fornecedor para outro que oferecesse menor preço.

Apesar de o preço ser citado por 70% dos participantes como o principal motivo para a troca, outras questões também foram levantadas.

Para 20% dos entrevistados, por exemplo, a busca por fontes limpas de energia é uma questão importante, assim como para 15% a qualidade no atendimento é um ponto que seria levado em consideração na hora de selecionar um fornecedor de energia.

Ainda segundo o estudo, apenas 30% não trocariam de fornecedor, alegando a confiança no atual serviço prestado pela empresa como fator fundamental para sua decisão.

De acordo com o presidente executivo da Abraceel, Reginaldo Medeiros, outro grande destaque do estudo é que 92% gostariam de gerar energia elétrica em casa.

“O número também surpreende entre os brasileiros que pagariam um preço maior para incentivar a geração de energia de fontes renováveis, com 46% dos entrevistados, ante 39% da pesquisa de 2020.

Isso mostra claramente um aumento na preocupação com o meio ambiente”, destacou.

Pandemia faz conta pesar ainda mais

O estudo também revelou que, com a pandemia, a conta de luz passou a pesar mais no orçamento familiar de 79% dos entrevistados, em função do maior tempo passado em casa e da redução da renda familiar; 74% afirmaram que tem economizado energia elétrica para reduzir o valor da conta.

“Neste atual momento, nós precisamos de uma melhor formação de preços, com ajustes na governança e aumento da credibilidade no processo, fim dos subsídios, com uma competição de bases iguais entre as fontes consumidoras, além de acelerar a nossa abertura, pois, sem mercado, não existe expansão”, afirmou Medeiros lembrando que o PL 414/2021, que trata da abertura integral do mercado livre de energia, permanece aguardando votação na Câmara dos Deputados.

Os dados foram apurados em maio deste ano com entrevistas realizadas com 2.081 pessoas de todo o país, com 16 anos ou mais, distribuídas em 130 municípios, sendo 53% de mulheres e 47% de homens.

Essa é a oitava edição do estudo, que tem o objetivo de conhecer a opinião dos brasileiros sobre o setor elétrico brasileiro e traçar perspectivas futuras.


A Abraceel

Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia defende o direito da livre escolha do fornecedor de energia elétrica, a chamada portabilidade da conta de luz, e de gás natural pelos consumidores.

Foi fundada no ano 2000 e atualmente conta com 97 empresas associadas, que comercializam 85% do volume de energia elétrica do segmento.

Tem a finalidade de atuar junto à sociedade em geral, formadores de opinião, órgãos de governo, incentivando a livre competição de mercado como instrumento de eficiência nas áreas de energia elétrica e gás natural.

Nos últimos 16 anos, os consumidores do mercado livre de energia elétrica economizaram mais de 200 bilhões de reais nas contas de eletricidade. Nesse particular, merece destaque que os preços da energia no Mercado Livre foram em torno de 29% menores que as tarifas reguladas das distribuidoras no mesmo período.

Atualmente esse mercado representa 30% de toda a energia elétrica consumida no Brasil e atende a cerca mais de sete mil consumidores livres e especiais, que estão entre os maiores do país.

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