O dólar registrou alta nesta segunda-feira (29), impulsionado por fatores externos e domésticos que ampliaram a busca por proteção cambial nos mercados emergentes.
Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o movimento foi impulsionado por dois principais vetores:
- Impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos — A confirmação das tarifas americanas sobre produtos brasileiros, com início em 1º de agosto e sem possibilidade de adiamento, elevou o nível de aversão a risco no cenário local, diante da deterioração nas relações bilaterais.
- Fortalecimento global do dólar — A moeda americana se valorizou internacionalmente, refletindo acordos comerciais bem-sucedidos com União Europeia, Reino Unido, Japão e Indonésia, que reforçaram a atratividade dos ativos denominados em dólar.
Apesar da valorização de commodities como o minério de ferro e o petróleo — que costumam favorecer moedas de países exportadores —, a cautela prevaleceu nos mercados emergentes, com os investidores ampliando suas posições defensivas.
Além disso, expectativas em torno das decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed), nos Estados Unidos, e do Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil, adicionam incerteza e volatilidade ao ambiente de negócios nesta semana crítica para os mercados globais.
A movimentação reflete um cenário de crescente sensibilidade aos desdobramentos geopolíticos e fiscais, em um momento em que investidores priorizam previsibilidade e segurança.