As potenciais tarifas de Trump podem aumentar a pressão sobre o real, analisa especialista

Thiago Duarte, analista de mercado na Axi, avalia a alta do dólar e possíveis impacto das futuras medidas económicas impostas pelos EUA para o mercado brasileiro

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O recente anúncio de Donald Trump sobre potenciais tarifas já está causando efeitos em cascata nos mercados globais, e as economias da América Latina certamente não estão imunes.

Além disso, os mercados brasileiros estão experimentando uma volatilidade crescente devido às reformas fiscais anunciadas ontem. A taxa de câmbio do USDBRL está pairando acima de R$6,00 por dólar, um nível que destaca a vulnerabilidade do real brasileiro em meio a preocupações crescentes sobre a política comercial dos EUA.

A promessa de Trump de implementar tarifas sobre várias importações-chave pode ter ramificações significativas para o Brasil, especialmente considerando sua dependência das exportações de commodities.

“Em nossa visão, as tarifas propostas por Trump provavelmente pesarão fortemente sobre o sentimento dos investidores nos mercados emergentes. Para o Brasil, as tarifas potenciais podem resultar em uma redução da competitividade das exportações, especialmente em setores como aço e produtos agrícolas, que são críticos para a economia do país”, reflete Thiago Duarte, analista de mercado na Axi.

“Os mercados já mostraram sinais de maior cautela. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, perdeu terreno com uma queda de quase -8% desde o pico de agosto, em meio aos temores crescentes sobre políticas restritivas dos EUA”, complementa.

Especialistas da Axi observaram ainda um aumento na atividade de hedge entre os traders, indicando uma crescente apreensão sobre o impacto das tarifas dos EUA nas moedas da América Latina e nos mercados locais. “Olhando para o futuro, acreditamos que, se essas tarifas forem implementadas, o BRL poderá enfrentar mais pressão, forçando o Banco Central a reavaliar suas trajetórias de política monetária para manter a estabilidade econômica”, concluiu o especialista.

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