Dia do Profissional de RH: especialista dá 5 conselhos para a transformação da cultura

Foto: Freepik

Hoje um tema em alta, a cultura organizacional era tratada de forma superficial pela maioria das empresas.

Tradicionalmente se estabelecia a missão, a visão e os valores do negócio e pronto, aquelas se tornavam regras intocáveis.

Os novos estudos mostram, porém, que a cultura organizacional é formada pelo equilíbrio entre a essência e a projeção de futuro de uma empresa, projeção que passa por mudanças de mentalidade.

Lidar com a necessidade de mudança cultural da organização é o grande desafio do departamento de Recursos Humanos (RH) atualmente.

Segundo a Deloitte, mais de 90% das empresas do mundo estão revisando sua cultura e modelos de performance.

Por isso, Daniel SpolaorCEO da Korú, escola profissionalizante e plataforma de empregabilidade com foco na vulnerabilidade social, dá cinco conselhos para quem precisa liderar a transformação da cultura da empresa.

Há quase duas décadas atuando no setor de RH e Gestão de Pessoas, Daniel é ex-diretor de Gente e Operações da Falconi, da Ambev para a América do Sul e de Estratégia da AmbevTech.

Partindo do zero, Daniel explica que a cultura, nesse contexto, é a soma da interação entre as pessoas em determinado espaço.

Ou seja, onde há pessoas interagindo, há uma cultura instalada. Isso ocorre mesmo que ninguém no espaço se conheça, como em uma estação de metrô, por exemplo: ali existe um padrão de comportamento, e quem é novo, se adapta.

“A estratégia aplicada a uma equipe que não está em harmonia é infrutífera. É por isso que a frase clássica do Peter Drucker, o ‘pai’ da estratégia, que diz ‘A cultura come a estratégia no café da manhã’ ainda se faz tão atual”, destaca o CEO.

“Logo, devemos partir do princípio de que trabalhar na cultura da empresa não é algo pontual, não é uma campanha ou um projeto a ser planejado, executado e finalizado. Cuidar da cultura organizacional é um processo contínuo, como os demais processos da empresa”, conclui.

Após essa fundamental introdução, confira cinco conselhos recorrentes do CEO da Korú para empresas que estão em fase de transformação da cultura organizacional:

Ouvir todo o time da empresa

O mundo está mudando. Os colaboradores trazem cada vez mais seus posicionamentos para dentro das empresas, sem medo de expor o que pensam, querem ter seus pontos de vista valorizados e desejam encontrar mais propósito no trabalho.

Assim, uma nova cultura organizacional não pode ser construída com base apenas na visão da liderança sênior, mas de todo o time até os cargos mais baixos, na busca de um equilíbrio.

“A diversidade de vivências, referências, opiniões e ideias é e deve ser importante para uma empresa em 2023. Para isso, é essencial que a empresa crie modelos e processos que permitam ao RH ouvir toda a equipe de forma ativa”, explica.

Observe: a cultura está no comportamento

Spolaor aponta que uma dificuldade comum entre as empresas na hora de fazer um diagnóstico da cultura organizacional é enxergar a cultura como algo “etéreo”, não palpável.

Ele explica que, na verdade, a cultura está mais próxima do que imaginamos: está na forma que as pessoas se vestem, se comunicam, em como o escritório está organizado, nos símbolos presentes, etc.

A soma desses pontos resulta na cultura da empresa. Identificando quais deles são bons e quais desviam a empresa do rumo desejado, começa-se a trabalhar nos pontos que precisam ser melhorados.

Transformar a cultura, mas manter a identidade

Mudança de cultura não significa mudança de empresa. Saber fazer essa diferenciação é crucial para que colaboradores, fornecedores e clientes não se sintam perdidos ou abandonados.

Toda empresa tem uma identidade e uma história, e quando se fala em evolução cultural, essa evolução deve partir de algum lugar.

“Se um dos valores da empresa é, por exemplo, responsabilidade social, não cabe desmerecer o que a organização já fez nesse campo, mas pensar em como melhorar sua atuação. Isso é importante, principalmente, para que as pessoas que estão há mais tempo dentro da empresa se sintam parte do processo de evolução, capazes de fazer melhor, e não como pessoas de ideias descartáveis”, acrescenta.

Estabelecer um responsável pelo processo

Como aponta Daniel, uma vez revisada a cultura, o trabalho do RH nesse âmbito só começou. Cuidar da cultura é um trabalho constante, assim como as atividades de recrutamento e seleção, integração, desligamento, etc.

Um verdadeiro ciclo que precisa de um planejamento e execução permanente. “Trabalhar com cultura não é igual trabalhar com um projeto, com data para acabar.

Isto é um erro histórico. Para que esse ciclo não seja interrompido, o ideal é que o processo tenha um ‘dono’, uma pessoa que ficará responsável por analisar o ambiente, fazer diagnósticos, coordenar os planos de ação.” Completa.

Fazer da tecnologia uma aliada

Entramos na era da Inteligência Artificial (IA). Entusiasta da tecnologia e líder de uma startup, Daniel não poderia deixar de aconselhar as inovações que podem facilitar o processo de transformação da cultura de uma empresa.

Hoje existem várias tecnologias disponíveis nessa área, inclusive de IA, como sistemas de gerenciamento de desempenho, ferramentas de análise de dados e pessoas, de monitoramento de atividades e produtividade e até de feedback contínuo.

Lembrando, claro, que o uso dessas tecnologias deve ser feito com transparência, ética e respeito à privacidade dos colaboradores.

Daniel Spolaor, sócio-fundador e CEO da Korú (Foto: Rodrigo Tordim/Divulgação)

 

Sobre a Korú

Fundada em 2022 como uma startup aceleradora de oportunidades (accesstech), em um ano, se tornou um ecossistema de empregabilidade em tecnologia e outras carreiras de alta demanda no Brasil, integrante do Movimento Tech, iniciativa do iFood e da XP Inc., e do Startup Weekend Campinas, iniciativa global com sede em Seattle (EUA).

A Korú acredita que o futuro de uma sociedade sustentável está na integração de grupos minorizados nas escolas e nas empresas.

Sua escola de cursos profissionalizantes na área de tecnologia, vendas e marketing, indústria e liderança tem um programa de bolsas de estudo em parceria com grandes empresas, a exemplo de Ambev, Sinch, Votorantim, Alpargatas e Luxxotica – que também investem em educação corporativa por meio da Korú.

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