Cresce número de brasileiros deportados dos EUA; especialistas alertam para atenção na entrevista de imigração

Especialistas alertam que visto aprovado não garante entrada nos EUA; preparo e coerência nas entrevistas com agentes migratórios são decisivos.

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Foto: Reprodução/ Freepik

Viajar aos Estados Unidos a turismo ou negócios exige mais do que a obtenção de um visto válido. A entrevista com agentes de imigração, realizada na chegada ao país, é uma etapa crucial que pode determinar a autorização ou a negação de entrada.

Mesmo com documentação regular, respostas imprecisas ou contraditórias podem levantar suspeitas e levar à detenção temporária ou até à deportação imediata.

De acordo com o Immigration and Customs Enforcement (ICE), 1.648 brasileiros foram deportados dos Estados Unidos em 2024, o que representa um aumento de 33% em relação ao ano anterior.

Além disso, entre janeiro e setembro do mesmo ano, 22.936 brasileiros foram detidos ao tentar entrar ilegalmente no país. Embora não existam dados oficiais sobre recusas de entrada em aeroportos, especialistas apontam que falhas na apresentação de documentos e inconsistências nas respostas durante as entrevistas continuam sendo fatores determinantes para a inadmissão.

Preparo e documentação adequada são essenciais

O advogado Daniel Toledo, especialista em Direito Internacional, ressalta que é fundamental portar documentos básicos, como itinerário da viagem, comprovantes de hospedagem, contatos nos Estados Unidos e passagem de retorno ao Brasil.

“A autoridade migratória precisa ter segurança de que o viajante está em conformidade com o tipo de visto. Qualquer lacuna na explicação pode ser interpretada como tentativa de burlar as regras”, explica.

Toledo destaca que os agentes geralmente perguntam sobre a duração da estadia, vínculos com o Brasil e fontes de renda. Nessas situações, respostas diretas e coerentes são mais eficazes.

“Evite explicações excessivas. Se o objetivo é turismo, diga isso com clareza e apresente os documentos que comprovem essa intenção. Incoerências entre o discurso e os documentos são uma das principais causas de rejeição na entrada”, afirma.

Treinamento prévio pode evitar contratempos

Segundo o advogado, é recomendável que o viajante se prepare previamente, simulando entrevistas e revendo possíveis perguntas. “A abordagem dos agentes pode ser desconfortável, mas é parte do protocolo.

O nervosismo não pode atrapalhar a clareza das respostas. Demonstrar intenção de retornar ao país de origem é crucial”, orienta.

Toledo também lembra que o visto não garante entrada automática no país. Cada chegada aos Estados Unidos é analisada individualmente.

“Mesmo quem já viajou várias vezes pode ter a entrada negada. Manter consistência nas informações e estar bem preparado é a melhor forma de proteger o histórico migratório”, conclui.

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