Crédito à mão acende alerta para superendividamento

endividamento

O open banking surgiu como grande promessa de novas oportunidades de crédito.

Com o compartilhamento de dados dos consumidores, bancos e fintechs podem oferecer produtos e serviços mais direcionados para o perfil de cada cliente, além de melhores condições de contratação.

Mas, em paralelo, essas supostas facilidades precisam acender um sinal de alerta. Se o uso de crédito não for um processo estudado de maneira bastante criteriosa, poderá culminar em uma bola de neve de débitos que comprometerá o orçamento do tomador, gerando o superendividamento.

Carolina Rezemini, diretora Regional de Vendas para a América Latina da Credolab, startup fundada em Singapura e que atua com análise inteligente de dados, é uma defensora do crédito consciente.

“Obter um financiamento é uma maneira eficaz de viabilizar iniciativas que requeiram um capital de que a pessoa eventualmente não disponha”, diz. “Mas é necessário manter a quitação dos empréstimos sob controle, para evitar que se caia na inadimplência.”

O temor, no atual cenário, é o de que a maior disponibilidade de crédito no mercado se torne uma tentação para aqueles que acabam recorrendo a esse recurso sem muito planejamento.

De olho nesse problema, a especialista lista cinco passos para evitar as armadilhas do aumento das ofertas de crédito. São elas:

Coloque suas contas atuais na ponta do lápis

Para ter um panorama mais preciso do quanto o orçamento já está comprometido, o melhor mesmo é colocar tudo no papel – ou na planilha.

A dica é listar o que entra e o que sai de dinheiro todo mês, incluindo aí as parcelas dos financiamentos que já foram contratados.

Só assim será possível ver mais claramente se a aquisição de mais um plano de crédito não irá tornar inviável o saldo mensal entre receitas e despesas.

Identifique onde é possível enxugar despesas

Organizar as finanças é também abrir caminho para outra etapa importante no equilíbrio do orçamento: a de eliminar as “gorduras” desnecessárias.

Antes de contratar um novo plano de crédito, a sugestão é analisar mais a fundo se, dentro das possibilidades orçamentárias atuais, já não seria possível cortar despesas que comprometem os ganhos sem necessidade.

Nessa avaliação, cabem até medidas como a de economia de energia elétrica ou a busca por um plano de celular que esteja mais em conta, além da redução dos gastos supérfluos.

Procure um financiamento que caiba bem em seu orçamento

Contratar um plano de crédito cuja parcela comprometa tudo o que sobra do orçamento tirando as despesas habituais não é uma boa ideia.

Afinal, deixar as contas nesse limite pode causar novos problemas financeiros se surgirem gastos inesperados no meio do caminho, caso a pessoa não tenha alguma reserva monetária constituída.

É preciso observar com cuidado também o prazo do financiamento.

Em geral, quanto mais longo, mais altos os juros pagos ao todo pela quitação, sem contar que o tomador ficará mais tempo “preso” àquela obrigação. Sobretudo para quem não está acostumado a lidar com gestão de crédito, o melhor é começar com prazos mais curtos.

Não contrate um financiamento por impulso

Se, com o open banking, o mercado financeiro está ainda mais propenso a disputar clientes, estes devem fazer valer o seu poder de decisão.

É o momento para comparar taxas e condições de pagamento e inclusive negociar por vantagens nesse sentido.

A primeira oferta de crédito não necessariamente será a mais vantajosa: a ocasião pede que os consumidores sejam bastante criteriosos em suas análises antes de contratarem produtos ou serviços financeiros.

Mantenha os hábitos financeiros saudáveis

É como quando se faz uma dieta: em um primeiro momento, a tendência é ser resiliente e resistir bem às tentações que atrapalhem o objetivo de emagrecer.

Porém, ao atingir o peso desejado, muitos relaxam no controle dos alimentos que ingerem e acabam retornando à condição inicial. Com as finanças pessoais, existe o risco de acontecer algo parecido.

Ao atingir o equilíbrio orçamentário, muitas pessoas acabam deixando a disciplina de lado e incorrendo nos mesmos erros de gastos mal planejados. O hábito de controlar as contas pessoais também precisa ser constante para evitar o endividamento mal programado.

Por fim, Carolina ressalta que essas dicas funcionam para a construção de uma espécie de bola de neve de costumes positivos. “Nosso comportamento como um todo vai dizer quem somos”, argumenta. “Assim como organizamos nossa casa, a agenda e compromissos, também é fundamental organizarmos nossas finanças.”

Sobre Carolina Rezemini

Carolina Rezemini é Diretora Regional de Vendas para a América Latina da Credolab desde janeiro de 2021. Com 22 anos de experiência no mercado financeiro, atuou tanto na área de cartão de crédito como na de empréstimos pessoais.

Com passagens pelo conglomerado Itaú Unibanco, Cetelem e Hays, esteve nos últimos 9 anos na Serasa Experian, onde foi gerente de conta para grandes bancos, varejo, serviços de pagamento e bancos digitais. É formada em Engenharia de Produção pela FEI, com pós-graduação pela FGV e MBA pela USP.

Sobre a Credolab

Fundada em Singapura em 2016, a Credolab é uma startup que atua com análise inteligente de dados no desenvolvimento de scores de crédito, com o intuito de ajudar instituições financeiras a aceitar um número maior de clientes, reduzindo o risco dessas operações.

Para tanto, a empresa analisa dados comportamentais, obtidos de forma anonimizada e consentida, de smartphones e internet. Essa tecnologia de avaliação de risco resulta em um “score integrado” altamente preditivo, seguro e mais abrangente que somente o histórico financeiro do indivíduo.

Atualmente, a Credolab está presente em 26 países e conta com mais de 100 clientes em seu portfólio global.

Para mais informações, acesse https://www.credolab.com.br

Sair da versão mobile