A maioria dos investidores almeja alcançar a tão sonhada liberdade financeira com o recebimento de dividendos e outros proventos mensalmente.
Contudo, engana-se quem pensa que para isso basta selecionar ações pagadoras de dividendos e fundos de investimento que remuneram todos os meses.
Na verdade, é preciso saber como montar uma carteira de dividendos de fato, observando alguns fatores cruciais e fazendo uma análise profunda do cenário econômico geral.
Os próximos tópicos abordam esse assunto com mais clareza. Vale a pena continuar lendo!
O que é uma carteira de dividendos?
Em resumo, uma “carteira de dividendos” é composta por ativos de renda variável que pagam proventos de forma periódica.
Dentre esses ativos destacam-se ações de algumas empresas, FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) e BDRs (Brazilian Depositary Receipts).
No tópico seguinte falaremos um pouco sobre carteiras que contém os 3 tipos de ativos citados. Acompanhe!
Tipos de carteira de dividendos
A seguir nós listamos algumas explicações sobre carteiras de dividendos de ações, FIIs e BDRs. Confira!
Carteira de dividendos composta por ações
Muitas pessoas que querem saber como montar uma carteira de dividendos tiveram esse desejo despertado ao saber que existem ações que remuneram mensalmente os seus investidores.
Os dividendos gerados por essas ações são, basicamente, um percentual do lucro da empresa que emitiu os papéis, que então é distribuído entre os seus acionistas.
Contudo, nem todas as empresas distribuem dividendos mensalmente e/ou em um bom valor.
Para saber qual é o valor dos dividendos e a periodicidade com que eles são distribuídos, os investidores precisam observar o dividend yield (DY), que é o indicador desses dados.
Por outro lado, antes de montar uma carteira composta por ações, esperando ter retorno em dividendos, é fundamental analisar as empresas emissoras das ações como um todo.
Afinal, se a empresa não for sólida o suficiente, não irá gerar lucros, o que prejudicará a distribuição de proventos.
Carteira de dividendos composta por FIIs
As carteiras de dividendos compostas por FIIs têm um funcionamento diferente daquelas feitas com ações.
Aqui, os ativos são cotas de fundos imobiliários, que de certa forma são mais perenes que as ações.
Isso porque os gerentes dos fundos são obrigados por lei a dividir um grande percentual dos lucros obtidos com os cotistas, gerando os chamados aluguéis que são pagos todos os meses.
Esses lucros, por sua vez, são gerados principalmente pela locação de imóveis de propriedade dos fundos, como galpões, prédios, torres de apartamento, etc.
Para ter uma carteira de FIIs sólida, o investidor precisa observar os seguintes pontos:
- O modelo de gestão que o fundo adota;
- A sua variação de preço (valorização e desvalorização);
- Os indicadores macroeconômicos do setor imobiliário no país (como o IGP-M, por exemplo;
- Vacância dos imóveis que pertencem aos fundos (tempo que esses imóveis passam sem inquilinos);
- Entre outros.
Possuindo uma boa estabilidade nesses pontos, o fundo imobiliário tende a apresentar uma boa rentabilidade.
Carteira de dividendos composta por BDRs
Os BDRs são títulos de investimento estrangeiro. Eles são basicamente certificados que representam o investimento em ações de empresas internacionais.
Com isso, ao montar uma carteira de BDRs, o investidor estará criando basicamente uma carteira de ações estrangeiras.
Por tudo isso, é necessário ficar atento aos mesmos pré-requisitos vistos em carteiras de dividendos baseadas em ações, só que com algumas ressalvas.
Em primeiro lugar, é necessário ter em mente que para fazer esse tipo de operação será preciso utilizar uma instituição financeira baseada no Brasil, como um banco ou corretora de valores.
Essa instituição agirá como intermediária, cuidando de toda parte burocrática e dando segurança na compra e venda dos BDRs.
Em segundo lugar, o investidor precisa estudar o modelo de atuação adotado pelas empresas representadas pelo BDR.
Nesse sentido, vale destacar que nem todas empresas internacionais pagam dividendos mensalmente, como é o caso das bigtechs norte-americanas.
No mais, é preciso também ficar atento a questões relacionadas ao câmbio entre o real e o dólar, além de outras questões técnicas.
Vantagens e desvantagens de montar uma carteira de dividendos
Se você quer saber como montar uma carteira de dividendos, deve ter em mente que, como tudo na vida, nessa operação existem vantagens e desvantagens. Veja quais nos tópicos abaixo!
Vantagens
- Ter rendimentos caindo na conta todos os meses (ou pelo menos com uma boa periodicidade);
- Isenção do Imposto de Renda (atualmente, o IR não é cobrado sobre dividendos e outros proventos distribuídos a investidores brasileiros);
- Caso o investidor queira, pode contratar um especialista para gerenciar a sua carteira;
- É possível reinvestir os rendimentos da carteira na compra de ativos.
Desvantagens
- Alguns ativos constantes na carteira podem desvalorizar;
- Algumas empresas que pagam dividendos gordos podem estar apresentando resultados gerais abaixo do esperado;
- No caso das carteiras de FIIs, se o investidor decidir se desfazer das suas cotas, terá que pagar um percentual de imposto sobre o lucro obtido (se houver).
Como funciona a carteira de dividendos?
Resumidamente, uma carteira de dividendos nada mais é que um grupo de ativos em custódia (em posse) que determinado usuário guarda em uma corretora de valores.
Todos os meses os proventos oriundos desses ativos “caem” diretamente na conta corrente do investidor.
As datas de pagamento são determinadas pelas empresas, no caso de ações e BDRs, e pelos gestores dos fundos, no caso dos FIIs.
Como dissemos anteriormente, nenhum imposto incide sobre esses pagamentos, pelo menos não ainda.
Entretanto, os BDRs podem ter uma tributação diferente, pois eles são oriundos de empresas domiciliadas em países estrangeiros, que têm suas próprias regras de tributação de proventos.
Portanto, se você vier a investir em BDRs, procure saber mais detalhes sobre a tributação, junto aos especialistas da sua corretora.
Datas de pagamento
Como também já citamos, as datas de pagamento dos dividendos, aluguéis de FIIs e outros proventos, são determinadas pelas empresas e gestores.
Dessa forma, é necessário estar atento aos comunicados que os controladores dos ativos emitem aos seus acionistas e cotistas.
Todavia, as empresas que geram ações pagadoras de dividendos alertam os seus investidores para a data do pagamento.
Para isso, cada empresa apresenta os seus resultados referentes a determinado período (trimestral ou semestral, por exemplo) no balcão da bolsa de valores. Nesse anúncio, a empresa delimita a “data com” e a “data ex”.
A data com é a data limite para que quem quiser receber dividendos compre as ações da empresa.
Ou seja, uma empresa pode definir que vai pagar dividendos dia 25/10 e lastrear a data com em 5/10. Assim, quem comprar ações até o dia 5, receberá dividendos no dia 25.
Já a data ex, é o dia imediatamente posterior à data com, no qual não adianta mais comprar a ação caso o objetivo seja ganhar os dividendos. Usando como base o exemplo citado acima, a data ex seria o dia 6/10.
Por tudo isso, é muito importante ficar atento aos comunicados das empresas donas das ações, sobretudo aquelas que ainda estão sendo observadas para entrar na carteira.
Como montar uma boa carteira de dividendos e receber proventos todos os meses?
Por fim, queremos demonstrar a você como montar uma carteira de dividendos, e mais que isso, como ter uma boa carteira que renda proventos todos os meses.
Veja esse passo a passo simples que montamos:
- Crie uma conta em uma corretora de valores, caso você ainda não tenha;
- Comece a pesquisar por ações, BDRs e FIIs seguros, com base em indicadores fundamentalistas;
- Assim que encontrar bons ativos, faça a compra e cheque a área de custódia da sua conta na corretora.
Para ter solidez na sua carteira, analise bem as empresas nas quais está investindo, tanto no que diz respeito às companhias que geram ações, quanto às gestoras de fundos imobiliários.
É crucial que essas instituições estejam sólidas no mercado para que o pagamento dos dividendos e lucros de cota permaneçam perenes, como supracitado.
Além disso, apesar de existir a opção de montar carteiras só de ações, só de BDRs e só de FIIs, o ideal é montar uma carteira híbrida, com ativos de todos os tipos.
Nesse sentido, selecione apenas ações e BDRs que pagam dividendos mensalmente, para compor com os aluguéis dos FIIs, que geralmente são pagos todos os meses.
Leia mais:
Qual o melhor investimento para reserva de emergência?
Saldo positivo: como faturar investindo em tecnologia?
Crédito mais caro reforça papel das fintechs no crescimento da economia