Os embarques de petróleo do Brasil para os Estados Unidos serão retomados nos próximos dias, após o governo norte-americano anunciar a isenção de tarifas para diversos produtos energéticos, incluindo o petróleo bruto. A decisão, divulgada na quarta-feira (30), alivia o impacto das novas tarifas de 50% impostas pelo presidente Donald Trump contra exportações brasileiras.
A informação foi confirmada por Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), em entrevista à Reuters.
“Estamos fora da tarifa”, afirmou Ardenghy, ressaltando que a medida traz alívio imediato para as companhias de energia que operam no Brasil, como Petrobras (NYSE:PBR), Shell (SHEL), TotalEnergies (TTE), Equinor (EQNR) e Exxon Mobil (XOM).
Exportações retomadas após incerteza
O petróleo é historicamente o principal produto da pauta de exportação brasileira para os EUA. Em 2024, o Brasil exportou uma média de 1,78 milhão de barris por dia (bbl/d), sendo 243 mil bbl/d destinados aos EUA, segundo dados da consultoria StoneX com base em registros governamentais.
A incerteza gerada após o anúncio de 9 de julho — que elevava tarifas para até 50% — levou à suspensão dos embarques durante grande parte do mês. Como os navios levam cerca de 21 dias para chegar aos portos americanos, as empresas optaram por aguardar a definição oficial antes de retomar os carregamentos.
Produtos isentos e impacto econômico
Além do petróleo, outros produtos brasileiros foram poupados da tarifa máxima, como:
- Suco de laranja
- Algumas aeronaves
- Celulose
- Produtos energéticos selecionados
A medida representa alívio para setores estratégicos da economia brasileira e pode reduzir tensões comerciais entre os dois países, após semanas de negociações diplomáticas e pressão do setor produtivo.
Reflexo no mercado
A expectativa da retomada dos embarques pode impactar diretamente o desempenho de ações e ETFs ligados ao Brasil, como o iShares MSCI Brazil ETF (NYSEARCA: EWZ), que vinha sofrendo volatilidade diante das incertezas comerciais.