O ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu nesta quarta-feira (17) uma entrevista à imprensa brasileira ao deixar a sede da Polícia Federal, onde foi submetido à colocação de uma tornozeleira eletrônica, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte de medidas cautelares no âmbito de uma nova investigação criminal.
Durante a declaração à imprensa, Bolsonaro classificou o momento como “humilhante” e voltou a alegar que é vítima de perseguição política:
“Me sinto humilhado. Nunca pensei em sair do Brasil, mas sair seria a coisa mais fácil do mundo. Não planejei nada disso.”
O ex-presidente também comentou sobre os valores em dólares encontrados em sua residência:
“Tenho o hábito de manter dólares em casa. São valores declarados, ou que serão declarados, e não há o menor problema nisso.”
Sobre os desdobramentos da investigação, Bolsonaro disse estar sendo alvo de um novo inquérito e criticou o governo federal:
“A própria Polícia Federal não encontrou nada de irregular. Não posso afirmar se isso é uma retaliação contra mim, mas não tenho a menor dúvida de que estou sendo perseguido. Lula não conversa com Trump. É um governo alienado.”
Ao ser questionado sobre as acusações de que seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, teria articulado a recente tarifa imposta pelos EUA contra o Brasil, Bolsonaro negou:
“Eduardo não articulou tarifa nenhuma. O Parlamento americano não é Venezuela nem Irã.”
Por fim, o ex-presidente voltou a negar qualquer envolvimento com supostos planos de golpe de Estado:
“Nada me coloca no plano golpista.”
As declarações ocorrem em meio ao acirramento de tensões políticas no país e ao avanço de investigações envolvendo autoridades do antigo governo.