Apuração VEJA revela que gastos com Cartão Corporativo da Presidência ultrapassam R$ 55 milhões – 99% sob sigilo

Apuração VEJA revela que gastos com Cartão Corporativo da Presidência ultrapassam R$ 55 milhões – 99% sob sigilo gastos cartao corporativo presidencia da republica

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O governo federal gastou mais de R$ 55 milhões em cartão corporativo desde janeiro de 2023, segundo apuração exclusiva do Portal VEJA, publicada na manhã desta quarta-feira (16), com base em relatórios de monitoramento contínuo do Tribunal de Contas da União (TCU). 99,5% dessas despesas estão classificadas como sigilosas, impedindo que órgãos de controle e a própria sociedade civil fiscalizem como e onde o dinheiro público foi utilizado.

De acordo com o TCU, conforme revelado na apuração VEJA, os gastos da Presidência da República totalizam R$ 55.497.145,48, enquanto a Vice-Presidência soma R$ 394 mil, sendo 92% também protegidos por sigilo. Mesmo com recomendações anteriores para detalhar despesas com alimentação, hospedagens e locações de veículos, o governo não apresentou as justificativas exigidas.

Entre os registros suspeitos, destaca-se um gasto de R$ 35 mil em um posto de gasolina localizado em uma área nobre de São Paulo, sem qualquer nota fiscal ou documentação que comprove o uso correto do recurso.

Em 2023, o cartão corporativo foi utilizado para cobrir R$ 8,5 milhões em viagens internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O valor representa um salto de 182% em relação ao primeiro ano do mandato de Jair Bolsonaro (PL), corrigido pela inflação. Em 2022, a Veja também apurou que gastos sigilosos com cartão corporativo aconteceram no governo Jair Bolsonaro, ultrapassando 98%.

Os cartões corporativos — oficialmente chamados de Cartões de Pagamento do Governo Federal — foram criados em 2001 por FHC e atualizados em 2005 no primeiro mandato de Lula, com o objetivo de centralizar despesas emergenciais e excepcionais.

Diante do cenário atual, crescem as críticas sobre a falta de transparência e o uso indiscriminado dos recursos públicos em meio a uma economia fragilizada e queda na popularidade do governo.

Fonte: Portal VEJA – Por Laryssa Borges

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