As eleições presidenciais de 2022 se tornam algo cada vez mais tangível e próximo de nossa realidade. Assim, nomes começam a ser sugeridos e pré-candidaturas nascem.
Diversas opções já foram apresentadas, uma delas é o “senador Coca-Cola”, Tasso Jereissati (PSDB/CE), que tem ganhado força nos últimos meses. O próprio senador, em entrevistas, tem dado a entender que é sim opção do PSDB para a Presidência em 2022.
Esse posicionamento traz preocupações ao setor de bebidas regionais, visto que Jereissati, além de ser considerado o político mais rico do Brasil, é acionista da segunda maior engarrafadora de Coca-Cola no Brasil.
Não sendo suficiente seu relacionamento direto com a multinacional de bebidas, denúncias foram apresentadas que apontam que Jereissati utilizou seu cargo público, como senador da República, para obter benefícios como empresário da multinacional de bebidas.
Vemos que uma eventual eleição do “Senador Coca-Cola” pode representar conflito de interesses, pois a situação geraria confronto entre interesses públicos e privados, o que comprometeria o interesse coletivo por influenciar, de maneira imprópria, o desempenho da função pública.
Assim, sabendo do histórico de atuação de Jereissati no Congresso Nacional, sempre buscando atender os benefícios de multinacionais do setor de bebidas, e que já utilizou seu cargo para conseguir benefícios como empresário da Coca-Cola, uma eventual eleição dele para o cargo máximo do país é preocupante.
O setor de bebidas é extremamente oligopolizado e favorável a multinacionais do setor em detrimento das empresas nacionais. O prejuízo de uma maioria a favor de poucos tem sido a regra. A concentração de mercado e a exclusão da concorrência foram impostas à indústria nacional de bebidas a partir de uma distorção fatal.
Por isso, quando elegemos um Presidente da República, não deveríamos nos preocupar com possíveis conflitos de interesse. Aquele que assume a Presidência deve levar a vontade da maioria em consideração, buscando o melhor para todos e não a vontade de uma minoria setorial, visando atender justamente aquela minoria.
Logo, tendo conhecimento das dificuldades do setor e o fato de que Jereissati já se utilizou de seu cargo para beneficiar a Coca-Cola, o que garante que ele não fará o mesmo como Presidente da República? É um cargo no qual seu ocupante deve pensar nos interesses de todos os brasileiros e não de um grupo econômico seleto.